A revisão do texto sempre foi uma das questões problemáticas nos processos relativos à escrita. A as operações da revisão têm um certo peso sobre o produto final e, se não tiverem, não se justificam suas interferências no escrito.
O revisor deve estar constantemente vigilante para atingir seu propósito em relação à escrita feita, mas seria preferível que ele atuasse durante a escrita. Todavia, os autores continuam preferindo fazer tudo e depois deixar as emendas ao revisor. Assim, parece fácil: é melhor o revisor percorrer uma lista de checagem para manter as diversas questões da língua sob controle e, depois, devolver o material perfeito – e com o mínimo de interferências mecânicas pontuais. Os autores pretendem do revisor uma ação resolutiva sobre o texto, a posteriori, e bastante conservadora – além de urgentíssima! Quem produz uma tese, escreve e reescreve algumas dezenas (ou centenas) de páginas ao longo de vários meses, muda e desmuda o texto incontáveis vezes e, em seguida, pretende que o revisor dê unidade, credibilidade, coesão e precisão a tudo aquilo de um dia para o outro. Esse é o peso que o autor joga sobre o revisor acadêmico, e espera que ele dê conta.
A revisão é trabalho feito por leituras e releituras, com pesquisa lexical incessante, contínuas modificações, ajustes e meticulosa análise com um propósito fundamental: fazer texto compreensível ao público-alvo, eliminando os traços marcadamente regionais que comprometem a compreensão universal… Esses são apenas alguns exemplos da atribuição do revisor que se poderia facilmente estender a outros.
Qualquer um que tenha experiência de escrita vai concordar com a ideia de que a revisão do texto escrito também é uma das etapas mais difíceis do processo de escrita. O “peso” da revisão é este: por um lado, ele deriva de sua importância na construção de um produto final de qualidade; outro lado é o peso do esforço imposto pela urgência que, muitas vezes, leva o revisor a ir além dos horários habituais de trabalho para entregar cada versão da obra; por último, e paradoxalmente, o maior peso da revisão é que sua ação visa tornar o texto mais “leve” – considerando, com isso, que a revisão torna o escrito mais fácil de ser lido, exigindo menos esforço e resultando em melhor interpretação pelo leitor final.
Além dessa complexidade, no entanto, é possível localizar outras fases que abrem portas para analogias. Chamamos estas fases de operações: a primeira é a detecção de problemas, realizada pela análise do texto a partir de cuidadosa releitura (exame); a segunda é a identificação das causas originárias dos problemas (diagnósticos); a terceira é a solução (interferência). A analogia é no campo da medicina: o que fazemos com o texto durante a revisão é como acontece quando vamos ao médico, porque temos um transtorno. Primeiro, o médico nos examina (faz uma análise aprofundada e encontra os problemas), em seguida, emite um diagnóstico (atribui um nome para o problema) e, em seguida, prescreve uma cura (que fornece uma estratégia para resolver o problema).
O revisor de textos como médico
Prosseguindo nessa comparação, o autor recorre ao “revisor-médico”, quando seu texto está pronto e deseja algum remédio para os problemas da “saúde textual”. O equívoco é maios ou menos equivalente ao das pessoas que não procuram os profissionais de saúde preventivamente, que não fazem o acompanhamento da gestação do texto com um “revisor-obstetra”, por exemplo, para, depois do “parto” (o texto concluído) correm ao pronto atendimento: como se houvesse revisores plantonistas para socorrer uma tese enorme em regime de trabalho contínuo, da noite para o dia. Mesmo a revisão resolutiva a posteriori requer tempo e tempo que não pode ser cortado ou compactado se prejuízo qualitativo. Revisores precisam de tempo: assim como o antibiótico precisa de tempo para controlar uma infecção.
Pode-se comparar o revisor ao médico, o paciente é o texto; teses e dissertações são nossos clientes.
Para o autor, o papel do revisor de textos é aferir regras, que ele supõe que sejam positivas, quando o escrito estiver “pronto”. Para o revisor tradicional, a revisão de um texto escrito é tanto um hábito mental quanto a aplicação de um conjunto de técnicas reais: os anos de escola devem (ou deveriam) ensinar as bases linguísticas necessárias à produção e edição, escrever ou revisar um texto, simultaneamente. As operações ligadas à revisão de texto moderna são processos conjuntos aos da redação, incluindo etapas de aferição, controle e evolução, mas não é assim que se processa, na prática – e o prejuízo é substancial em relação à qualidade que o produto poderia apresentar.![]() |
O revisor de textos cuida da saúde dos escrito quase como médico. |
O “peso” da revisão na qualidade do texto científico
A revisão do texto é uma das etapas mais importantes do processo de escrita, tanto para o escritor inexperiente quanto para o veterano. Sim, ela é uma etapa do processo, ou deveria ser, não um conjunto de remendos a serem aplicados ao produto acabado. Sem a revisão, por exemplo, certamente ficariam muito prejudicadas algumas obras-primas da literatura mundial. Nós não teríamos as obras de Jorge Amado se não fosse Zélia Gatai – para ficar num caso nacional lapidar.A revisão é trabalho feito por leituras e releituras, com pesquisa lexical incessante, contínuas modificações, ajustes e meticulosa análise com um propósito fundamental: fazer texto compreensível ao público-alvo, eliminando os traços marcadamente regionais que comprometem a compreensão universal… Esses são apenas alguns exemplos da atribuição do revisor que se poderia facilmente estender a outros.
Qualquer um que tenha experiência de escrita vai concordar com a ideia de que a revisão do texto escrito também é uma das etapas mais difíceis do processo de escrita. O “peso” da revisão é este: por um lado, ele deriva de sua importância na construção de um produto final de qualidade; outro lado é o peso do esforço imposto pela urgência que, muitas vezes, leva o revisor a ir além dos horários habituais de trabalho para entregar cada versão da obra; por último, e paradoxalmente, o maior peso da revisão é que sua ação visa tornar o texto mais “leve” – considerando, com isso, que a revisão torna o escrito mais fácil de ser lido, exigindo menos esforço e resultando em melhor interpretação pelo leitor final.
As operações da revisão de texto
A leitura é um dos passos básicos para o processo de revisão do texto. Na verdade, talvez seja mais exato dizer que constitui a conditio sine qua non. Sem ler e reler continuamente não se pode revisar um texto. Mas a revisão é um conjunto de procedimentos muito complexo e repleto de etapas e dificuldades para que a tarefa seja desempenhada eficazmente. Cada revisão, por exemplo, envolve várias etapas envolvendo o conteúdo (consistência), a organização do conteúdo (coesão) e o extenso terreno da linguística (a ortografia, a pontuação, com o envolvimento da sintaxe, concordâncias, estruturas morfológicas, escolhas lexicais e muito mais).Além dessa complexidade, no entanto, é possível localizar outras fases que abrem portas para analogias. Chamamos estas fases de operações: a primeira é a detecção de problemas, realizada pela análise do texto a partir de cuidadosa releitura (exame); a segunda é a identificação das causas originárias dos problemas (diagnósticos); a terceira é a solução (interferência). A analogia é no campo da medicina: o que fazemos com o texto durante a revisão é como acontece quando vamos ao médico, porque temos um transtorno. Primeiro, o médico nos examina (faz uma análise aprofundada e encontra os problemas), em seguida, emite um diagnóstico (atribui um nome para o problema) e, em seguida, prescreve uma cura (que fornece uma estratégia para resolver o problema).
O revisor de textos como médico
Prosseguindo nessa comparação, o autor recorre ao “revisor-médico”, quando seu texto está pronto e deseja algum remédio para os problemas da “saúde textual”. O equívoco é maios ou menos equivalente ao das pessoas que não procuram os profissionais de saúde preventivamente, que não fazem o acompanhamento da gestação do texto com um “revisor-obstetra”, por exemplo, para, depois do “parto” (o texto concluído) correm ao pronto atendimento: como se houvesse revisores plantonistas para socorrer uma tese enorme em regime de trabalho contínuo, da noite para o dia. Mesmo a revisão resolutiva a posteriori requer tempo e tempo que não pode ser cortado ou compactado se prejuízo qualitativo. Revisores precisam de tempo: assim como o antibiótico precisa de tempo para controlar uma infecção.